Por Gizele Monteiro – Personal Gestante
Texto extraído e baseado no artigo Anorexia Nervosa e Gravidez: relato de caso.
Nerya et al (2002). Revista Brasileira de Psiquiatria, 24(4):186-188.
Hoje em tempos em que a mídia cobra tanto do corpo das mulheres, a informação e o conhecimento dos sintomas que acompanham doenças tão graves podem ser um dos fatores decisivos na preservação das vida. Profissionais que trabalham com a saúve devem conhecer um pouco mais de alguns distúrbios ligados a imagem corporal.
O estudo a seguir realizado pelo Hospital das Clínicas da UFMG, no Departamento de Psiquiatria e Neurologia da Faculdade de Medicina – relata o caso de uma adolescente de 18 anos que desenvolveu quadro de hiperemese gravídica (que apresenta náuseas e vômitos, muitas vezes levando a um comprometimento de seu estado nutricional), seguida de anorexia nervosa na sua primeira gravidez.
A anorexia nervosa é uma disfunção alimentar, caracterizada por uma rígida e insuficiente dieta alimentar (caracterizando em baixo peso corporal) e estresse físico. A anorexia nervosa é uma doença complexa, envolvendo componentes psicológicos, fisiológicos e sociais.
O índice de massa corporal (IMC) dessa adolescente chegou a 14,3 Kg/m2. Os sintomas apresentados atenuaram após o término prematuro da gestação. Apesar de a anorexia nervosa ser incomum na gravidez, seu diagnóstico é importante em virtude dos riscos para a saúde materna e fetal.
Na gravidez, é comum que as mulheres apresentem alterações no padrão alimentar habitual como desejo e/ou aversão a determinados alimentos. Essas alterações cessam após o término da gravidez, raramente causando riscos para a mãe ou para o feto. Transtornos alimentares, como bulimia e anorexia nervosa, também podem ocorrer na gravidez, o que aumenta o risco de complicações obstétricas e fetais.
Estima-se a prevalência entre 0,5% e 1% para anorexia nervosa e 1% e 1,7% para bulimia em adolescentes do sexo feminino.
Os autores citaram através de um estudo com 140 mulheres com diagnóstico prévio de anorexia, nove engravidaram durante um quadro ativo da doença; destas, duas tiveram o início dos sintomas anoréxicos durante a gravidez.
No relato da adolescente, o bebê nasceu com baixo peso como ocorre comumente com filhos de anoréxicas e no período pós-parto, demonstrava negligência com o filho.
No período posterior à gravidez, não mais apresentou quadro de anorexia nervosa, embora ainda mantivesse restrições alimentares.
Se você deseja saber mais sobre assuntos da gravidez e sobre esse estudo, o artigo encontra-se disponível para consulta no site do Método Mais Vida Gestantes.
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