O exercício pode prejudicar a amamentação?

A amamentação pode ser prejudicada pelo exercício?

Uma das maiores dúvidas, principalmente das mamães de primeira viagem é saber “se” e “como” podem voltar a prática de exercícios sem prejudicar a amamentação.

A resposta a pergunta inicial é SIM … o exercício mal orientado PODE prejudicar a amamentação. Então é importante entender que os exercícios praticados tem que seguir algumas regras para não atrapalhar a amamentação.

A orientação é que o programa de exercícios seja especializado para esse momento.

Como deve ser a volta aos treinos?

Você NÃO deve voltar a uma rotina de treinos tradicional.

Temos o grupo de mamães que tem esse medo, do leite secar, diminuir ou atrapalhar a sua produção ou quantidade (volume do leite), mas também temos o grupo daquelas que voltam e depois tem alguma mudança e acabam decidindo parar o exercício por não saberem o que fazer.

Como especialista quando elaborei meu programa ou quando oriento alguma mamãe, essa é a primeira coisa que penso e e me preocupo. Por isso não só a intensidade do programa é controlada mas também a duração dele principalmente nos aeróbicos.

Ainda nessa questão tempo … nessa linha não adianta buscar esses programas rápidos (por achar que então pouco tempo é melhor), mas por eles serem HIITs, são intensos … percebe?!

“A relação deve ser tempo e intensidade”.


Um detalhe importante que quero ressaltar e que poucos dão importância é que …

“Não só o exercício inadequado pode prejudicar a amamentação, MAS TAMBÉM O CORPO DA MULHER. QUALQUER EXERCÍCIO ORIENTADO DE FORMA INCORRETA pode prejudicar a amamentação e provocar lesões.”

O retorno sempre deve ser gradativo!

Alterações do Corpo – risco de lesão

Durante a gravidez ocorreram muitas alterações no seu corpo e então o retorno gradual ao exercício deve ser essencial para readaptar o corpo, recuperar a força dos músculos da barriga, postura e também o períneo.

Diante desse quadro, voltemos a nossa questão. O programa deve dosar o exercício numa intensidade e tempos adequados para que toda a fisiologia do corpo da mulher não interfira na produção de leite.

A produção de leite consome muita energia. Uma mãe em fase de amamentação produz entre 800 e 1200 ml de leite por dia e, para cada litro de leite que a mãe produz, há um gasto entre 500 e 700 (pode ser maior para algumas) calorias em média.

Portanto se o “exercício for intenso ou por tempo prolongado – principalmente o aeróbico” e a mulher tiver uma alimentação inadequada, poderá prejudicar a amamentação, pelo alto gasto energético que ocorre nesse período. Além do exercício e da alimentação inadequada, a HIDRATAÇÃO também será fundamental. Uma hidratação inadequada também poderá comprometer a amamentação. Claro! Vamos entender?!

“Leite é água e se você estiver desidratada pelo exercício ou por não beber a quantidade adequada de água, terá seu leite reduzido”!

Como comentei anteriormente um ponto importante e que pode interferir é a própria intensidade do exercício !

Pesquisas sobre exercício e amamentação – o que dizem?

As pesquisas relacionadas a amamentação e exercício observam um aumento de ácido lático no leite materno. Esse aumento relaciona-se proporcionalmente com a intensidade do exercício, isto é, quanto mais intenso mais ácido lático no leite. A grande discussão dos estudos era descobrir se esse ácido lático poderia modificar o sabor do leite e dessa forma o bebê passaria a não aceitá-lo, sendo então que de forma indireta o exercício estaria interferindo na aceitação do bebê ao leite após o exercício pela mudança no sabor deste.

E alguns autores observaram SIM essa resposta!

Esses estudos e autores mostraram haver uma diferença na aceitação do leite pelo bebê em mães que realizaram “exercício máximo”, isto é, INTENSO, sendo o mesmo associado ao aumento da concentração de ácido lático.

“Porém deixo claro que os estudos com exercícios nas intensidades adequadas NÃO mostraram efeitos NEGATIVOS sobre a amamentação”.

  • Então concluindo:

Quando você treina, seu corpo produz ácido lático e dessa forma esse ácido poderia modificar o sabor do leite, fazendo com que o bebê rejeite o “peito”. Portanto se o bebê não mama, seu corpo não tem estímulo para produzir mais leite. A produção de leite ocorre por esse estímulo do bebê mamando. Ele não mamando, não há mais produção, o leite realmente pode “secar”, ou melhor, deixar de ser produzido.

(Imagem do site – Baby Center)

Exercícios bem orientados têm esse efeito que pode ser negativo?

Não !

O QUE OS ESTUDOS DIZEM SOBRE AMAMENTAÇÃO E EXERCÍCIO?

Um estudo de revisão dos autores Cary & Quinn (2001) concluíram que nos estudos até a data analisada, o exercício e amamentação eram atividades compatíveis, não mostrando efeito prejudicial do exercício durante a lactação – não afetando a composição, o volume do leite, o crescimento e desenvolvimento infantil, ou a saúde materna. O exercício também teria um efeito muito importante na melhora da condição física – principalmente a cardíaca – materna, na sensação de bem-estar e disposição quando compararam lactantes ativas com mulheres sedentárias (mães ativas que amamentam X mães sedentárias que amamentam).

  • Como voltar ao exercício?

O correto é que você volte a prática de exercícios com um programa especializado – CLIQUE AQUI PARA CONHECER – que seja adequado nessa intensidade, duração e que também “prepare seu corpo para a volta gradativa das suas antigas atividade e intensidades”, respeitando os limites de recuperação do corpo … por ex: a barriga (core), postura e o períneo.

A sessão de treino deve ter intensidade adequada para não ultrapassar limites fisiológicos (formando muito ácido lático) e correr o risco de comprometer a amamentação, e também pelo exercício intenso ou prolongado  poder comprometer suas articulações soltas e ainda com os efeitos hormonais.

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  • Outros cuidados importantes para amamentação – cuidado com as mamas:

As mamas durante a gravidez ficam maiores e mais pesadas e se mantém assim durante toda a fase de amamentação.

Principalmente mulheres ativas ou atletas que forem realizar atividades de impacto, como corrida, certifique-se que as mamas estejam firmes. Coloque dois tops ou um suporte mais adequado se necessário.

Além disso, você pode programar os exercícios depois da amamentação, pois assim estará com as mamas mais vazias. Treinar com elas cheias fica desconfortável.

Referências Bibliográficas sobre o tema:

Wallace, JP, Rabin, J. Int J Sp Med. 12 (3) :328-31, 1991. The concentration of lactic acid in breast milk following maximal exercise. Int J Sports Med. 12(3):328-31, 1991.

Wallace, JP, Inbar, G, Ernsthausen, K. Infant acceptance of postexercise breast milk. Pediatrics.89(6 Pt 2): 1245-7, 1992.

Gale B. Carey, Timothy J. Quinn, Susan E. Goodwin. Breast milk composition after exercise of different intensities. J Hum Lact. 13(2): 115-20, 1997.

Quinn, TJ, Carey, GB. Does exercise intensity or diet influence lactic accumulation in breast milk?Med Sci Sp Exerc. 31(1):105-10, 1999.

Cary GB, Quinn TJ. Exercise and lactation: are they compatible? Can Appl Physiol. 26(1):55-75, 2001.

Wright KS, Quinn TJ, Carey GB. Infant acceptance of breast milk after maternal exercise. Pediatrics. 109(4):585-9, 2002.

Su, D, Zhao, Y, Binns, C, Scott, J, Oddy, W. Breast-feeding mothers can exercise: results of a cohort study. Public Health Nutrition. 10(10):1089-1093, 2007.

Gizele Monteiro

Gizele Monteiro

É a maior especialista em Diástase e recuperação da barriga do Brasil e hoje tem alunas em mais de 70 países. Criadora dos Programas Online Mães Sem Diástase, Gravidez Sem Diástase, Pronta para Engravidar, já ajudou mais de 26 mil mulheres a conquistarem o sonho de ter a barriga reta, reverter a diástase sem cirurgia, sem remédio, sem tratamentos estéticos e nessa transformação recuperarem sua autoestima. Autora do primeiro livro no mundo sobre Diástase - Vencendo a Diástase - Buzz Editora.

Gizele Monteiro

Maior especialista em Diástase e recuperação da barriga do Brasil e hoje tem mamães em mais de 70 países. 

Criadora dos Programas Online Mães Sem Diástase, Gravidez Sem Diástase, Pronta para Engravidar

Já ajudou mais de 30 mil mães a conquistarem o sonho de ter a barriga reta, reverter a diástase sem cirurgia. 

Autora do primeiro livro no mundo sobre Diástase – Vencendo a Diástase – Buzz Editora.

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