Abdominal Hipopressivo pós gravidez – quais os riscos que ninguém conta? Existem evidências da sua eficácia?
Por Gizele Monteiro – Especialista em Diástase
O abdominal hipopressivo chegou na mídia graças ao intenso trabalho nas redes sociais, mas será que ele é bom?
Aqui mesmo no blog já me posicionei sobre os exercícios hipopressivos depois a gravidez. CLIQUE AQUI PARA LER!
Em minha explanação abordo vários aspectos do corpo pós gravidez que vejo serem riscos para a saúde da mulher.
As grandes e profundas alterações biomecânicas e fisiológicas da gravidez inclusive não combinam com essa técnica.
Em 2017 inclusive saiu um importante artigo de revisão no British Journal of Sports Medicine. Esse trouxe um posicionamento de uma das maiores autoridades em assoalho pélvico – a pesquisadora Kari Bo, e seu co-autor Saul Martin-Rodríguez da escola de treinamento físico COLEF em Las Palmas de Gran Canaria, Espanha.
Parecer dos pesquisadores:
A ginástica hipopressiva, também conhecida como técnica abdominal hipopressiva, então indicada para ajudar mulheres com incontinência urinária e prolapso.
Há 30 anos essa indicação acontece, porém até agora há pouca evidência científica sobre a técnica.
Apenas 2 estudos testaram a eficácia do abdominal hipopressivo comparada com outro regime de fisioterapia.
Nenhum dos 2 observou benefício extra, de acordo com os autores da “discussão”.
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Os autores concluem que sem evidências adequadas, não se deve prescrever a hipopressiva, além do tradicional para o assoalho pélvico.
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-> Há evidências e estudos que mostram a efetividade do treinamento tradicional do assoalho pélvico tanto na incontinência urinária quanto prolapso de órgãos pélvicos.
“Devemos antecipar que profissionais devem ser atualizados nesses estudos e seguirem protocolos baseados em evidências, além dos anos de experiência clínica”, acrescentou Kari Bo.
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-> Profissionais que não estão atualizados e prescrevem tratamentos não comprovados estão violando a responsabilidade que eles têm com seus pacientes”.
Essas são as observações de Kari Bo e Martin-Rodriguez.
Riscos X Benefícios do abdominal hipopressivo:
Os profissionais descrevem que a técnica enfatiza a respiração e a POSTURA.
Segundo eles, o objetivo é ativar os músculos do assoalho pélvico, bem como o músculo transverso do abdômen.
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RISCOS: É possível que este exercício possa piorar certas condições, principalmente a dor pélvica crônica, de acordo com Amy Stein. Amy Stein é fundador da Beyond Basics Physical Therapy em Nova York e presidente da International Pelvic Pain Society. “Para dor pélvica crônica você deve relaxar os músculos assoalho pélvico, mas na ginástica hipopressiva diz para contrair o assoalho pélvico”.
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O treinamento do assoalho pélvico inclui contração dos músculos, mas a fase de relaxamento do exercício é igualmente importante!
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“Nos pacientes com dor, esses músculos estão encurtados e realizar a ginástica hipopressiva poderá encurtar ainda mais.
Envolver demais o assoalho pélvico poderia levar a disfunções nesses músculos, problemas nas coluna e dor abdominal”, continua Stein.
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O abdominal hipopressivo está ganhando popularidade por causa de sua forte presença nas redes sociais, projetada para atrair profissionais para prosseguir uma “certificação”, disse Kari Bo.
O QUE FAZER QUE SEJA SEGURO?
Durante anos fisioterapeutas tem atuado de forma fantástica nessa área de assoalho pélvico, além de estudos, muita experiência clinica.
Portanto, se você está sofrendo com incontinência ou apresenta problemas pélvicos pós gravidez, busque esse especialista para atuar com tratamentos tradicionais.
Nosso programa tem um acompanhamento com fisioterapeuta. Você poderá ser avaliada e receberá o cuidado do assoalho pélvico desde sua preparação na gravidez até recuperação no pós gravidez.
Diástase X Hipopressivos
Esse grupo de alunas – MÃES desde o pós-parto até anos pós gravidez não indico a prática desse método.
O post que escrevi aqui no BLOG esclarece todos os pontos que não concordo com a técnica.
É importante entender que essa posição se baseia em estudos de fisiologia e biomecânica da gravidez, além dessas referências internacionais que são base do meu trabalho.
Então seja para diástase ou seja para tratamentos do assoalho pélvico, não indico essa técnica.
Programa para Diástase:
O programa online Pós-parto – Mães em Forma foi idealizado respeitando cada necessidade e mudança do seu corpo.
Portanto ele foi elaborado para atender cada tipo de barriga que ficou depois da gravidez.
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FONTE do ARTIGO de REVISÃO:
Saúl Martín-Rodríguez, Kari Bø. Is abdominal hypopressive technique effective in the prevention and treatment of pelvic floor dysfunction? Marketing or evidence from high-quality clinical trials? British Journal of Sports Medicine, 16, 2017.