Profa. Ms Gizele Monteiro
Os estudos têm relatado que mulheres com anorexia no período pós-parto, demonstram negligência com o filho, delegando à avó os cuidados de maternagem. Segundo os autores, talvez isso seja explicado pelo distanciamento afetivo que ocorre nos quadros de anorexia.
Esse comprometimento afetivo pode estar associado à anorexia em si ou às alterações de cognição e humor conseqüentes à desnutrição.
Porém existe uma falha nos estudos e infelizmente, não houve um acompanhamento posterior que caracterizasse melhor tal comportamento.
A literatura cita que 30% das pacientes recuperam-se de um episódio mantendo sintomas residuais. Estes são de gravidade variável e podem piorar ou melhorar no longo prazo. Além disso, pacientes recuperadas de anorexia podem ter expressividade emocional e espontaneidade social reduzidas e uma inclinação para querer ser magra.
Assim, a ocorrência associada de anorexia nervosa e gravidez, embora pouco usual, deve ser reconhecida porque se reveste de grande potencial mórbido para a gestação e para o feto.
Referência:
Dunker et al (2009). Transtornos alimentares e gestação – Uma revisão. J Bras Psiquiatr. 58(1):60-8.