Por:
Gizele Monteiro – Personal Gestante e Vanessa Marques – Fisioterapeuta com especialidade em obstetrícia
A notícia da semana foi a segunda gravidez de Thais Fersoza. Com apenas 6 meses depois da primeira gravidez gerou opiniões diversas.
Será que o corpo já voltou e está preparado para levar bem uma segunda gravidez? Existem riscos?
Juntamente com a fisioterapeuta Vanessa Marques, estaremos descrevendo como está o corpo da mulher na sua recuperação com apenas 6 meses após o parto e o que autoridades médicas dizem.
Seu organismo:
O corpo da mulher nas suas várias funções leva de 6 meses até 1 ano para voltar, sabia?
Por exemplo … as funções cardíacas avaliadas por pesquisadores com 6 meses após o parto, ainda não tinham chegado aos níveis anteriores a gravidez, demonstrando que nesse período ainda não estaria recuperado, isto é, levaria mais de 6 meses para esse sistema tão exigido e importante na gravidez estar pronto para suportar uma nova gestação.
As funções cardíacas envolvem o aumento do coração, dilatação de vasos e volume sanguíneo.
Então uma segunda gravidez pegaria o corpo ainda sem ter se recuperado.
O sistema circulatório – vasos sanguíneos – não recuperados podem predispor mais a mulher a varizes. Uma das principais mudanças que acontece na gravidez, é o aumento do volume de líquidos na corrente sanguínea, o que exige mais do sistema cardiorrespiratório da mãe e muito mais dos vasos sanguíneos para transportar e alojar esse volume de sangue.
Ligado a esse aumento de sangue é muito comum haver a anemia gravídica, anemia por conta da carência de ferro, comum na gravidez. Quando uma gestação acontece logo em seguida, o corpo não tem tempo de se recuperar.
É MUITO COMUM TAMBÉM POR AUMENTO DE SANGUE E LÍQUIDOS O EDEMA GESTACIONAL.
A ATENÇÃO ENTÃO DEVE SER REDOBRADA NA SEGUNDA GRAVIDEZ.
Segunda as entidades de saúde – Ministério da Saúde – Organização Mundial da Saúde – Associação de Obstetrícia e Ginecologia de São Paulo – Sogesp – Febrasgo afirmam que …
“o corpo leva 1 ano para se recuperar de uma gestação. Consideram curto o intervalo entre 2 partos consecutivos menor que 2 anos. Isso pode aumentar o risco de um bebê nascer prematuro ou com baixo peso. Há uma possibilidade da mãe não ter recuperado suas reservas nutricionais entre uma gravidez e outra. Por isso um acompanhamento médico e nutricional deve ser mais rigoroso.”
Barriga e Diástase
Quem já não ouviu uma mulher na segunda gravidez falar … nossa, minha barriga está apontando muito mais rápido nessa segunda gravidez.
Por que isso acontece? Além do corpo e dos músculos terem uma memória para esse alongamento (e por isso ele ser mais rápido) a grande maioria das mulheres ainda não recuperou a força dessa musculatura. O fato é que essa força não volta sem um trabalho direcionado, específico e especializado. Por isso quando a pressão interna aumenta (por causa já das estruturas fetais), ele rapidamente cede, deixando a barriga muito maior desde o começo.
Se houver um trabalho de recuperação, isso será mais equilibrado.
Além dessa memória, grande parte das mulheres não sabem que tiveram diástase e por isso não sabem que têm uma região sensível a que essa diástase aumente. Por isso é muito mais comum elas se atentarem para a diástase numa segunda gravidez, do que na primeira.
O ideal então seria recuperar a força da barriga e da diástase para a próxima gravidez. E se a gravidez veio antes do planejado, deve haver um programa especializado que atenda essas necessidades durante a gravidez.
Há uma estreita relação também nessa recuperação da barriga com o assoalho pélvico (períneo). Esse será comentado mais abaixo.
Postura e Dores:
Mais de 50% das mulheres apresentam dor nas costas (região lombar) na gestação, e isto ocorre principalmente por todas as alterações posturais e hormonais da gestação. Com o crescimento da sua barriga temos um deslocamento do centro de gravidade, sobrecarregando algumas regiões e aumentando assim as diversas dores que vocês costuma ter.
- dor lombar (nas costas)
- dor pélvica (no quadril)
- dores na região do nervo ciático
- até dores em regiões mais altas como a cervical (seu pescoço).
O corpo demorou em média 9 meses – 40 semanas, para se adaptar à gestação, portanto não e no pós-parto imediato que tudo voltará ao normal, pelo contrário, este retorno do corpo é gradativo.
Uma gestação colada na outra, isto é, em intervalos curtos entre uma gestação e outra, não dá tempo do corpo se recuperar plenamente de todas as alterações posturais. Com isso na segunda gravidez há mais probabilidade de DORES. E o que desejamos é que você tenha uma gravidez feliz e saudável.
Essas dores e até problemas posturais são intensificados pelos próprios cuidados com o bebê. Muitas mulheres desenvolver dores e até problemas sérios como hérnias de disco, depois do parto.
Então considerando todas essas mudanças da nova gravidez + a não recuperação da gravidez anterior + os cuidados com o bebê com posturas não adequadas = aumento do risco de dores e até agravamento dos problemas posturais.
Por exemplo … veja esse resultado de uma aluna …
Você acha que uma segunda gravidez seria melhor com o corpo de que forma?
Fica evidente que esse preparo te dará condições muito mais favoráveis para ter uma gravidez tranquila … ainda mais que você terá seu primeiro filho para correr atrás né ?! Sem contar que ajudará a conter a diástase natural impedindo dela piorar e já dando uma volta após a segunda gravidez mais rápida.
Assoalho pélvico – Períneo
Uma das áreas de maior mudança junto com a barriga, é o períneo, conhecido também como assoalho pélvico.
O assoalho pélvico é uma região localizada na pelve, formada por um conjunto de músculos, fáscias e ligamentos. Essa estrutura dá suporte aos órgãos pélvicos – incluindo então seu útero com seu hóspede … rsrsrs … seu baby. Essa estrutura é responsável pela continência urinária e fecal e também pela função sexual.
Na gravidez este assoalho pélvico sofre grande sobrecarga, pois ele precisa suportar o peso do bebê, útero com placenta e líquido amniótico.
Há ainda o impacto do parto – mesmo que tenha sido uma cesárea. Seu corpo se prepara para um parto normal, independente de você optar por outra via de parto. Com tudo isso, há uma grande perda de força dessa região e por isso é muito comum o aparecimento de incontinência urinária.
As recomendações para que essa estrutura seja recuperada (e ainda analisando se há a necessidade de uma intervenção profissional) é de que haja um intervalo mínimo 6 meses entre uma gravidez e outra.
Menos tempo do que isto não é tempo hábil para o corpo e todas as estruturas pélvicas retornarem ao seu estado pré gravídico, podendo repercutir com sintomas como a incontinência urinária.
Existem tratamentos com fisioterapia especializada para que previna estes sintomas.
Portanto uma gestação com um intervalo menor que o recomendado pode prejudicar as funções vitais do assoalho pélvicos como continência urinária e fecal, suporte de órgãos pélvicos e função sexual afetando diretamente a qualidade de vida.
Amamentação:
Se você tem o plano de amamentar seu filho por mais de 6 meses, uma nova gravidez pode prejudicar a amamentação. Especialistas recomendariam a suspensão do aleitamento do primeiro bebê em uma segunda gestação, pois durante a gravidez o corpo libera ocitocina, hormônio responsável pela descida do leite e também pela contração do útero. O aleitamento poderia gerar um risco de trabalho de parto prematuro.
Bom, então se você está pensando numa segunda gravidez ou se descobriu agora que está grávida … temos 2 dicas para você …
Dica 1 – busque uma fisioterapeuta especializada para avaliar seu assoalho pélvico e prevenir as desordens dessa região. Em SP, você pode encontrar a Vanessa Marques – Donna Fisio.
Localização do Espaço Donna Fisio: Rua Doutro Cesar, núm. 1368 – conjunto 211 – Santana.
Dica 2 – para exercícios especializados para a gravidez, você pode aderir ao programa Gravidez em Forma. Com ele, todas as mudanças de postura e diástase podem ser controladas.
Acesse e cadastre-se para conhecer o programa – > www.gravidezemforma.com.br